quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

dia azul.

Encolheu os pequenos ombros e
com as maos suadas e tremulas acendeu um cigarro.
Sentou em silencio temendo.

pois solidao e um exame de consciencia.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

as paredes de minha casa.

O limo pode crescer junto as paredes de minha casa.






Mas nada vai acalmar o movimento.
Cheiro de corpo quente.
Silencio faz engrandecer o mundo de fora.
O gozo acaba em acalento e tua vida recomeca agora.


quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Maresia.

Agua salgada sempre toca a lingua dos tolos.
Certas palavras afetam a todos.











E ela ainda tem a boca morna pelos beijos roubados de mim.

sem titulo.

Ela pisa em cacos de vidro, sangra, e diz que foi sem querer.
Sem querer foi caminhando pela estrada de estrelas rebaixadas. Pisou em cada estrela, da mais voluptosa a mais candida pequenina, sem distincao.
A cada passo as correntes em minhas maos ficavam mais apertadas, e o ar seco sufocava minha palavra. Impotencia.

Terminaste teu caminho, e eu comeco o meu.

Pombo correio.

Um dia desses vi um pombo correio.

Apanhei o revolver e atirei pra matar.

Matei.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Poema bobo.

Paz no mundo se da apenas em um gozo divino.

Tentemos entao construir a escada para alcancar o clitoris de deus.

Pena que orgasmos sao prazeres de curto prazo.

Canario.

Canta canario moco, canta mais uma vez.
Canta canario moco, pois quero ouvir-te.
Prometo atencao integral durante tua capela.
Prometo esperar teu numero a cada sol poente.
Canta canario moco, deixa-me ouvir o som da tua terra e dos teus iguais.
No meio da selva de pedra, canario sempre canta mais.
Canta em coro com os sabias.
Ja e' de teu conhecimento previo que minha alma e' tua.
Fecunde versos em meus ouvidos, que germino poesia em tua imagem.
Antes que te vas, seguidor da carruagem de Apolo, sussurrarei baixinho ao teu ouvido miudo o pedido:
Canta canario moco, canta mais uma vez.

Boris.

-Vulto beijando o concreto
-Silencio, canto das arvores.

Nem para tudo ha' explicacao profunda, complexa. O pesar humano e' nao ver o que esta' a frente.

Nem todos gatos sao habeis o bastante para cruzar a estrada.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Outro achado do caderninho de pensamentos.

Estão todos a me olhar, e não há como me esconder por entre as cobertas, pois a cama não é alta o bastante para fugir dos olhos de meus observadores.
Peço a todos que saiam, que me deixem um pouco, e que ao sair fechem a porta. Mudo de idéia pois temo o escuro.. mas então é tarde, há só penumbra e solidão. Ah que vontade de chorar.

Peço alto para que voltem, pois gosto de atenção. Gosto de todos aqueles que por um momento me admiraram. No entanto é tudo em vão. Pedir alto não fará diferença. A porta se mantém fechada. Ainda há penumbra e solidão.

Há penumbra, pois por debaixo da porta há luz. Há solidão, porque todos foram, inclusive eu.

Volto para minha cama para fazer passar o tempo.

à Saudade.

Saudade, que corrói, que destroi.
Saudade da vida que é minha e que fica.
Saudade da vida que mesmo sendo tua é minha.
Saudade do homem que passa na rua
Saudade da rua, que também minha.

Saudade de todos os tolos.
Saudade do céu de anil da minha terra.
Saudade da Aroeira de meus dias.
Saudade da poeira dos meus cantos.
Saudade do meu Brasil.

-minha terra de encantos


Saudade das moças e moços
Saudade do carvão do meu chão.
Saudade do giz que recobre minha parede.
Saudade da terra que me prende as raízes.

Saudade dói e mata;

saudade dói mas passa.

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Arcobaleno

Menina dos olhos de mel, sei que do teu pranto se faz poesia;
Poesia que escorre pelo rosto, desce até o queixo e some antes de ganhar o mundo.
Saiba que aquela que não escorre pelo chão torna o coração mudo.
Dá-me tuas palavras nem que por um segundo, para que eu possa ver por de trás carne, pondo um fim na minha curiosa agonia.

Menina dos dedos de criança, sei que não é a valsa tua dança;
pois és viva demais para tão pouco.
Menina dos dedos de aquarela, sei que sonhas até onde teu juízo alcança;
Voa alto e com os pés no chão.


Ah menina.. Eu sempre achei que fosses um arco-íris.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Monkeys.

http://www.youtube.com/watch?v=m89rYW0epTs



Viva o polegar opositor.

Charles.

TODOS TOLOS FAZEM AMOR, TODOS POETAS TRANSAM,




Mas só Bukowski fode.

Ao famoso desconhecido.

Minha cara, era um tal de cara estranho, de uma cara estranha.. Tinha os dentes e os lábios manchados pelo batom de suas mais antigas putas. Puta cara estranho. De paletó verde musgo, e sapatos de salto. De chapéu coco e de uma androginia incontestável devido a pálida maquiagem sobre o rosto cansado. De hálito amargo, comprovando seus boêmios hábitos. De língua afiada e de pinto murcho. De saco cheio, e de dentes para amolar. Puta cara estranho. Vai de bar em bar, babar na boca das bonitas moças, vai tropicando de bar em bar, a afundar a cara nas poças dos ladrilhos que descem a ladeira, a afundar a cara no mais puro Liquor. Puta cara estranho. Sem vergonha, sem um puto, sem um grama, sem fama, sem nada.



Morreu afogado em uma de suas poças. Um minuto de silêncio ao um escroto qualquer que morreu. Puta cara estranho.

No três.

um
dois
três
já.





Adrenalina.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Windows.

-Que minha carne seja parte da eterna terra de um campo de lírios, para que sejam para sempre os delírios de minha mente de uma vida errante. Disse alguém.

Todo dia sonho ao fechar os olhos, contemplo o estranho mundo que reside numa cabeça estufada de idéias, embora muitos delas sejam meras lembranças de arquivos julgados inúteis por algum péssimo profissional imaginário que contratei para me organizar o juízo. Agora nem me passa nas idéias contratar alguém sendo que só eu posso fazer tal trabalho torturante. Lembrar o passado só nos deixa mais velhos. Há um ou outro pensamento que você reconsidera e requalifica como algo útil. Tarefa difícil essa de cada dia. Por isso peço a quem for enterrar meu futuro putrefato corpo, que o faço loois já estounge de um campo de lírios, p cansado o suficiente de meus delírios, e desejo que dessa vida errante apenas sobre a parte não errante, quero pouco trabalho para eternidade. E tomara que eu morra dormindo para poder adiantar o trabalho. Sabe como é, eu prefiro um layout mais clean, essa história de desktop cheio de ícones nao está com nada.

domingo, 5 de abril de 2009

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"Nasci viciado em fantasia"

segunda-feira, 2 de março de 2009

Nova canção de outrora.

A canção de minha terra foi escrita aqui, pra cá do Paranoá.
Entao posso dizer convicto, que aves nao mais gorjeiam, nem cá, nem lá.

Nosso, meu e seu céu, maior pedaço do papel de um Dias, tem cada dia menos estrelas, e seu sol menos ardor.
Nossa vida, afogada em futilidade, inebriou-se pela radioatividade das rosas de nossos varzeas.
E à nossos bosques foi destinado nem se que amor, nem lágrimas.

E eu vou me embora, cansei de viver nessa nova canção de outrora. Se em alguma hora em meu juizo surgir a vontade de voltar, só espero que na volta eu escute ao menos um sabiá.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Religião

é como querer voar..



com botas de chumbo.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Eis o sono;

Poderia discorrer sobre o sono durante várias horas em vão, mas a sonolência improdutiva e incessante me impede de tal.

Pois então.. vou dormir.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Eu falei de flores.

No jardim havia uma menina. Uma menina com uma flor. Na flor a esperança de tempos melhores. Havia medo. Medo da vida. Medo da morte. Medo da distância. Confiança na sorte. Homens e mulheres fortes. Haviam fracos também. Todos em prol do bem. Em busca daquilo que nao se tem.

A menina e a flor contra o mundo.

A menina e a flor contra o pelotão.

Era uma vez um pelotão, ou ao menos as fardas mudaram... A menina cresceu e a flor murchou. A menina procura em seu jardim outras flores para as novas milicias, e quando as acha, elas lhe parecem fugir a mão. "Por que não?". Indaga a bela moça.

Flores precisam ver para crer, nao adianta chama-las atenção.


Pra nao dizer que nunca falei das flores.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Minha menina.

O nu, o contorno do ser, que enalta o proprio prazer, em busca daquilo que busca.

A boca, o meio-beijo, o começo do desejo, que por muitos foi eternizada num lampejo poético.

O coração, demente e indescente e polivalente, é onde tudo se sente.

O cerébro, consciencia e livre arbitrio, o ópio e vício, o silencio e grito. (É causador da razão, da reciprocidade medida, calculada, pesada e carimbada, diferente do anterior que nao acha o amor uma causa complicada).

As mãos, ávidas e rápidas também sabem como pedir a calma.

A garganta, é onde o rock fala.

A vida, que se encontra na palma.

E os olhos... Ah os olhos!



-estes transparecem a alma.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Era um menino.

Menino, és tu menino, aquele que vende meu drops e engraxa o meu sapato?
Menino, tua vida nao passa da mera repetição de fatos, aqueles que lhe falaram e lhe falam? És um pobre coitado menino? Menino, tens um nome? És alguém menino? Lhe faltam as palavras e lhe escorre o suor? Lhe sobem os nervos, e lhe descem o cacete? Me venderás o mentex ou nao? Serás parte da massa menino? Quando irás, menino, comprar teu primeiro revolver? Os Winchester, disse-me um amigo, sao os melhores. Tens grana menino? Ainda tens fumo? Dormes pela manhã menino? Toma condução? Toma anfetaminas? Tens meninas? Mulheres? Bucetas? És o tema da poesia burguesa? Falas a lingua portuguesa? Teu irmão chora de medo, menino? Choras de medo menino? De medo da morte? Da vida incerta?

Teu castigo, menino, não é morrer, afinal a morte é caminho de ida,

a dor meu menino... está é na vida.